JUSTIÇA SOCIAL E EQUIDADE NO ENSINO DA MATEMÁTICA: UM CONVITE À INSUBORDINAÇÃO CRIATIVA

Autores

DOI:

10.63036/ReTEM.2965-9698.2025.v3.398

Palavras-chave:

Educação Matemática, Equidade, Justiça social, Insubordinação Criativa, Mapeamento

Resumo

Neste artigo, apresenta-se a forma como as pesquisas acadêmicas voltadas ao ensino de Matemática tratam as relações entre equidade, justiça social e insubordinação criativa. Trata-se de pesquisa qualitativa, bibliográfica, cujos dados foram coletados no Google Acadêmico, no decorrer de três mapeamentos. No primeiro, utilizou-se a expressão-chave "justiça social AND equidade AND ensino de matemática"; "insubordinação criativa AND matemática"; e “justiça social AND equidade AND ensino de Matemática AND insubordinação criativa”. Após a análise preliminar, com a aplicação de critérios de inclusão e exclusão, foram selecionadas 13 investigações para serem analisadas nessa pesquisa. Os resultados apontaram que as investigações enfatizam a relevância de inserção de práticas pedagógicas que integrem a insubordinação criativa no Ensino de Matemática, como um imperativo de promoção de equidade e justiça social. As pesquisas convergem para a necessidade de reestruturar as práticas docentes, uma vez que o modelo tradicional de ensino frequentemente falha em atender às necessidades específicas dos estudantes, tornando-se, por vezes, excludente e desmotivador. Nesse contexto, a insubordinação criativa surge como uma abordagem viável e pertinente, pois valoriza a individualidade de cada estudante e contribui para a construção de um ambiente educacional mais equitativo, inclusivo e acessível a todos. Assim, o estudo deve contribuir para a discussão sobre a importância de uma Educação Matemática que não apenas ensine conteúdos, mas que também promova a transformação social.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Métricas

Carregando Métricas ...

Biografia do Autor

Érica Santos Silva, Universidade Federal do Recôncavo da Bahia - UFRB

Possui graduação em Matemática pela Universidade Federal do Recôncavo da Bahia(2024) e graduação em Engenharia Civil pelo Centro Universitário Jorge Amado(2018). Atualmente é Professor de matemática do Educandário Sousa Brito e Monitora de Matemática do Instituto Cultural Beneficente Steve Biko. Tem experiência na área de Matemática.

Zulma Elizabete de Freitas Madruga, Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), Amargosa, Bahia, Brasil.

Doutora em Educação em Ciências e Matemática pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), com período de estágio doutoral realizado na Universidade de Salamanca (USAL), Espanha. Possui Mestrado em Educação em Ciências e Matemática pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), Especialização em Educação Matemática pela Universidade Luterana do Brasil (ULBRA), Especialização em Educação - Ênfase em Gestão de Polos pela Universidade Federal de Pelotas (UFPEL). Licenciatura em Matemática pela Universidade da Região da Campanha (URCAMP) e Licenciatura em Pedagogia pelo Centro Universitário Internacional (UNINTER). Em 2014 ganhou prêmio de produção acadêmica oferecido pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO) - terceira melhor dissertação brasileira sobre samba e carnaval. Foi professora visitante na Universidad de Los Lagos - Osorno, Chile (2016-2017), e na Universidade Estadual de Santa Cruz - Ilhéus - BA (2017-2019). Possui experiência na Educação Básica, Ensino Fundamental e Médio. Foi coordenadora do subprojeto Matemática do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID) 2022-2024 e coordenadora do Colegiado do Curso de Licenciatura em Matemática da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB) - Centro de Formação de Professores, Amargosa, Bahia (2023-2025). Atualmente é Gestora de Pós-graduação no Centro de Formação de Professores (UFRB) e Coordenadora do subprojeto Matemática do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID) 2024-2026. Também atua como docente permanente no Programa de Pós-graduação em Educação em Ciências e Matemática na Universidade Estadual de Santa Cruz (PPGECM_UESC) e no Programa de Pós-graduação em Educação Científica e Formação de Professores da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (PPGECFP - UESB) - campus Jequié. Professora colaboradora no projeto de pós-doutorado estratégico em Educação Matemática na Linha 3: História, Cultura e Inclusão em Educação Matemática do Programa de Pós-graduação em Educação Matemática da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP). É líder do Grupo de Estudos e Pesquisas sobre Tendências da Educação Matemática e Cultura (GEPTEMaC), membro do Grupo de Pesquisa Educação Matemática e Diversidade Cultural (GPEMDiC) e faz parte do Grupo de Trabalho História da Matemática e Cultura (GT5) da Sociedade Brasileira de Educação Matemática (SBEM). Já orientou 12 dissertações, sendo 2 como co-orientadora. Está orientando atualmente 5 teses, 5 dissertações, sendo uma em co-orientação. Orientou e orienta diversos Trabalhos de Conclusão de Curso, nas licenciaturas em Matemática e Pedagogia, e diversos estudantes vinculados ao Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científico (PIBIC), desde 2020. É coordenadora de dois projetos de pesquisas, sendo um dele com fomento do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), contemplado pelo Edital Universal (2023-2026). Tem mais de 150 artigos publicados em períodicos qualificados, além de livros, diversos capítulos de livros e trabalhos publicados em anais de eventos, muitos deles em parceria com orientandos. Compõe o ranking internacional de cientistas mais produtivos e influentes em suas áreas de atuação: AD Scientific Index - Latin America Scientists Citiation Rankings 2023, 2024 e 2025. Linha de Investigação: Aprendizagem e Formação de Professores; Tendências da Educação Matemática, em especial Modelagem na Educação e Etnomatemática. Direcionando-se atualmente para a Etnomodelagem.

Referências

BARBOSA, J. G.; LOPES, C. E. Diálogos de Beatriz Silva D’Ambrósio com a insubordinação criativa. Revista Internacional de Pesquisa em Educação Matemática, v. 9, n. 3, p. 10-24, 1o set. 2019. https://doi.org/10.37001/ripem.v9i3.2222. DOI: https://doi.org/10.37001/ripem.v9i3.2222

BIEMBENGUT, M. S. Mapeamento na pesquisa educacional. Rio de Janeiro: Ciência Moderna, 2008.

BRASIL. Ministério de Educação e Cultura. Lei de diretrizes e bases da educação nacional (LDBEN) – Lei n. 9.394/1996, de 20 de dezembro de 1996. Brasília, DF. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm. Acesso em 01 jun. 2025.

BRASIL. Diretrizes curriculares nacionais para a educação básica. Brasília, DF: Conselho Nacional de Educação, 2010. Disponível em: https://www.gov.br/mec/pt-br/acesso-a-informacao/media/seb/pdf/d_c_n_educacao_basica_nova.pdf. Acesso em 01 jun. 2025.

CARRIJO, M. O. Resgate do poder social da matemática a partir da educação matemática crítica: uma possibilidade na formação para cidadania. Revista Paranaense de Educação Matemática, v. 3, n. 5, p. 248-270, 2014. https://doi.org/10.33871/22385800.2014.3.5.248-270. DOI: https://doi.org/10.33871/22385800.2014.3.5.248-270

CORTES, D. P. O. Re-significando os conceitos de função: um estudo misto para entender as contribuições da abordagem dialógica da etnomodelagem. 2017. 225f. Dissertação (Mestrado) – Departamento de Educação Matemática, Universidade Federal de Ouro Preto, Ouro Preto, 2017. Disponível em: https://www.repositorio.ufop.br/items/f1dffc56-936f-4bf3-b92b-e4f8bfef2200. Acesso em 01 jun. 2025.

D'AMBROSIO, U. A educação matemática e o estado do mundo: desafios. In: CONGRESO IBEROAMERICANO DE EDUCACIÓN MATEMÁTICA-CIBEM, 7, 2013. Anais... Montevideo (Uruguay). Montevideo (Uruguay): Palestra Magna, 2013. https://doi.org/10.24109/2176-6673.emaberto.26i90.2402. DOI: https://doi.org/10.24109/2176-6673.emaberto.26i90.2402

D’AMBROSIO, B.; LOPES, C. Insubordinação criativa: um convite à reinvenção do educador matemático. Bolema, v. 29, n. 51, p. 1-17, 2015. https://doi.org/10.1590/1980-4415v29n51a01. DOI: https://doi.org/10.1590/1980-4415v29n51a01

DEZIN, N. K.; LINCOLN, Y. S. (orgs). O planejamento da pesquisa qualitativa: teorias e abordagens. 2. ed. Porto Alegre, 2006.

FREIRE, P. Pedagogia do oprimido. 32. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1997.

FREIRE, P. Pedagogia do oprimido. 17. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2005.

GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2010.

GUTIERREZ, R. Contextmatters: How should we conceptialize equity in Mathematics educations? https://doi.org/10.1007/978-94-007-2813-4. Acesso em: 1o out. 2024. DOI: https://doi.org/10.1007/978-94-007-2813-4

LIBÂNEO, José Carlos. Tendências pedagógicas na prática escolar. In: LIBÂNEO, José Carlos. Democratização da escola pública - a pedagogia crítico-social dos conteúdos. São Paulo: Loyola, 1992. Cap. 1.

LOPES, C. E.; D’AMBROSIO, B.; CORRÊA, S. A. Atos de insubordinação criativa em Educação Matemática promovem a ética e a solidariedade. Zetetiké, Campinas, v. 24, n. 3, p. 287-300, 2016. https://doi.org/10.20396/zet.v24i3.8648093. DOI: https://doi.org/10.20396/zet.v24i3.8648093

LOPES, C. E.; FERREIRA, F. A. Insubordinação criativa nas diversas e múltiplas pesquisas em educação matemática. Revista Internacional de Pesquisa em Educação Matemática, v. 9, n. 3, p. 5-9, 1o set. 2019. https://doi.org/10.37001/ripem.v9i3.2364. DOI: https://doi.org/10.37001/ripem.v9i3.2364

MADRUGA, Z. E. F. Etnomodelagem e construções históricas: uma análise do processo de pesquisa de estudantes do ensino médio. Perspectivas da Educação Matemática, v. 16, n. 43, p. 1-23, 2023. https://doi.org/10.46312/pem.v16i43.18341. DOI: https://doi.org/10.46312/pem.v16i43.18341

MARCONI, M. A.; LAKATOS, E. M. Metodologia cientifica: ciência e conhecimento científico, métodos científicos, teoria, hipóteses e variáveis. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2007.

MENDES, L. C.; ESQUINCALHA, A. C. Os propósitos da educação matemática podem se alinhar à educação em direitos humanos? Boletim Gepem, [S. l.], n. 78, p. 3–20, 2021. https://doi.org/10.4322/gepem.2022.007. DOI: https://doi.org/10.4322/gepem.2022.007

PEREIRA, A. L. S.; LEITE, K. G. Etnomatemática no contexto da formação de professores de matemática: uma análise de teses e dissertações brasileiras. ReTEM – Revista Tocantinense de Educação Matemática, Arraias, v. 2, p. e24012, 2024. 10.63036/ReTEM.2965-9698.2024.v2.202. DOI: https://doi.org/10.63036/ReTEM.2965-9698.2024.v2.202

PIRES, L. S.; SILVA, F. R.; ASSUNÇÃO, C. A. G.; OLIVEIRA, M. N. S. Ensino de formas e medidas geométricas em uma escola do campo: problematizando práticas socioculturais. ReTEM – Revista Tocantinense de Educação Matemática, Arraias, v. 1, p. e24008, 2023. 10.63036/ReTEM.2965-9698.2024.v2.64. DOI: https://doi.org/10.63036/ReTEM.2965-9698.2024.v2.64

ROSA, M. Por que insubordinação criativa na educação matemática? Revista Internacional de Pesquisa em Educação Matemática, v. 9, n. 3, p. 1-4, 1o set. 2019. 10.37001/ripem.v9i3.2363. DOI: https://doi.org/10.37001/ripem.v9i3.2363

ROSA, M.; OREY, D. C. O campo de pesquisa em etnomodelagem: as abordagens êmica, ética e dialética. Educação e Pesquisa, v. 38, n. 4, p. 865-879, 2012. https://doi.org/10.1590/S1517-97022012000400006. DOI: https://doi.org/10.1590/S1517-97022012000400006

ROSA, M.; OREY, D. C. Aspectos de insubordinação criativa em etnomodelagem. Educação Matemática em Revista, v. 24, n. 61, p. 6-25, 29 mar. 2019. Disponível em: https://www.sbembrasil.org.br/periodicos/index.php/emr/article/view/1044. Acesso 01 jun. 2025.

RUIZ, J. Á. Metodologia científica. Guia para eficiência nos estudos. 2. ed. São Paulo: Atlas, 1996.

SAKAY, Lady. Análise das contribuições de uma pesquisa - ação de reeducação matemática para formação de professoras dos anos iniciais. 2007. Dissertação (Mestrado) – Faculdade de Educação da Universidade de Brasília, Brasília, 2007. Disponível em: http://educapes.capes.gov.br/handle/capes/907989. Acesso 01 jun. 2025.

SANTANA, E. R. dos S.; CASTRO, J. B. de. Equidade e educação matemática: experiências e reflexões. Com a Palavra, o Professor, [S. l.], v. 7, n. 17, p. 79-98, 2022. https://doi.org/10.23864/cpp.v7i17.779.

SANTOS, P. C. Mapeamento de produções científicas brasileiras que utilizam o termo "insubordinação criativa" e/ou "subversão responsável". Revista de Ensino de Ciências e Matemática, v. 8, n. 4, 2017. https://doi.org/10.26843/rencima.v8i4.1505. DOI: https://doi.org/10.26843/rencima.v8i4.1505

SANTOS, V. F.; MADRUGA, Z. E. F. A Etnomatemática como base para análise das relações comerciais dos feirantes da Feira Municipal de Amargosa (BA). Revista Interdisciplinar em Ensino de Ciências e Matemática, [S. l.], v. 1, n. 2, p. 40-57, 2021. https://doi.org/10.20873/riecim.v1i2.12414. DOI: https://doi.org/10.20873/riecim.v1i2.12414

SILVA, G. H. G. da. Equidade e educação matemática
Equity and Mathematics Education. Educação Matemática Pesquisa, Revista do Programa de Estudos Pós-graduados em Educação Matemática, São Paulo, v. 18, n. 1, 2016. Disponível em: https://revistas.pucsp.br/index.php/emp/article/view/21081. Acesso em 1 jun. 2025.

SILVA, G. H. G. da; MARCONE, R.; BRIÃO, G. F.; KISTEMANN JR, M. A. Educação matemática crítica e preocupações urgentes: cenários promovedores de equidade e justiça social. Revista Paranaense de Educação Matemática, [S. l.], v. 6, n. 12, p. 130–157, 2020. https://doi.org/10.33871/22385800.2017.6.12.130-157. DOI: https://doi.org/10.33871/22385800.2017.6.12.130-157

SILVA, V. M.; LAUTERT, S. L.; UTSUMI, M. Conceituação e aplicação do conceito de equidade por professores do ensino fundamental. Revista Ensino em Debate, Fortaleza, v. 4, p. e2024027, 2024. 10.21439/2965-6753.v4.e2024027. DOI: https://doi.org/10.21439/2965-6753.v4.e2024027

SOUZA, P. H. BNCC no chão da sala de aula: o que as escolas podem aprender a fazer com as dez competências? Belo Horizonte: Conhecimento Editora, 2020.

SOUZA, Sílvia Helena da Silva e. Educação financeira: olhar sobre a prática do professor que ensina matemática nos anos iniciais do ensino fundamental. Orientador: Prof. Dr. Arthur Gonçalves Machado Júnior. 2019. 142 f. Dissertação (Mestrado Profissional em Docência em Educação em Ciências e Matemáticas) – Universidade Federal do Pará, Belém, 2019. Disponível em: https://repositorio.ufpa.br/jspui/handle/2011/12443. Acesso 01 jun. 2025.

SKOVSMOSE, O. Educação crítica: incerteza, matemática, responsabilidade. São Paulo: Cortez, 2007.

URPIA, M. E. de C.; ALVES, E. V. A insubordinação criativa como possibilidade para a educação matemática de jovens e adultos. Revista Baiana de Educação Matemática, [S. l.], v. 3, n. 1, p. e202208, 2022. https://doi.org/10.47207/rbem.v3i01.14671. DOI: https://doi.org/10.47207/rbem.v3i01.14671

Downloads

Publicado

2024-06-03

Métricas


Visualizações do artigo: 26     PDF downloads: 26

Como Citar

SILVA, Érica Santos; MADRUGA, Zulma Elizabete de Freitas. JUSTIÇA SOCIAL E EQUIDADE NO ENSINO DA MATEMÁTICA: UM CONVITE À INSUBORDINAÇÃO CRIATIVA. ReTEM - Revista Tocantinense de Educação Matemática, Arraias, v. 3, p. e25005, 2024. DOI: 10.63036/ReTEM.2965-9698.2025.v3.398. Disponível em: https://ojs.sbemto.org/index.php/ReTEM/article/view/398. Acesso em: 8 jun. 2025.

Edição

Seção

Artigos: Processos de Ensino e Aprendizagens de Matemáticas