JUSTIÇA SOCIAL E EQUIDADE NO ENSINO DA MATEMÁTICA: UM CONVITE À INSUBORDINAÇÃO CRIATIVA
DOI:
10.63036/ReTEM.2965-9698.2025.v3.398Palavras-chave:
Educação Matemática, Equidade, Justiça social, Insubordinação Criativa, MapeamentoResumo
Neste artigo, apresenta-se a forma como as pesquisas acadêmicas voltadas ao ensino de Matemática tratam as relações entre equidade, justiça social e insubordinação criativa. Trata-se de pesquisa qualitativa, bibliográfica, cujos dados foram coletados no Google Acadêmico, no decorrer de três mapeamentos. No primeiro, utilizou-se a expressão-chave "justiça social AND equidade AND ensino de matemática"; "insubordinação criativa AND matemática"; e “justiça social AND equidade AND ensino de Matemática AND insubordinação criativa”. Após a análise preliminar, com a aplicação de critérios de inclusão e exclusão, foram selecionadas 13 investigações para serem analisadas nessa pesquisa. Os resultados apontaram que as investigações enfatizam a relevância de inserção de práticas pedagógicas que integrem a insubordinação criativa no Ensino de Matemática, como um imperativo de promoção de equidade e justiça social. As pesquisas convergem para a necessidade de reestruturar as práticas docentes, uma vez que o modelo tradicional de ensino frequentemente falha em atender às necessidades específicas dos estudantes, tornando-se, por vezes, excludente e desmotivador. Nesse contexto, a insubordinação criativa surge como uma abordagem viável e pertinente, pois valoriza a individualidade de cada estudante e contribui para a construção de um ambiente educacional mais equitativo, inclusivo e acessível a todos. Assim, o estudo deve contribuir para a discussão sobre a importância de uma Educação Matemática que não apenas ensine conteúdos, mas que também promova a transformação social.
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